segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tormentos matinais

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 0
O sol que se foi
Leva sonhos d'outrora
Fina, a garoa
Molha meu peito agora

Madrugada gélida
Coração de pedra
Incerteza estúpida
Manhã que não se põe.
Amo-te calado. Amo-te calado não por medo de que saibas o que eu sinto, mas por imaginar que fazes o mesmo. Tornando, assim, o silêncio recíproco. Traduzo este como uma infinita declaração de amor, na qual o eco do som que não se propaga diz por repetidas vezes que eu lhe amo. 
Amo-te calado pois quero que sinta o meu amor, perceba que este exala de minhas palavras. Quero que estas lhe seja teu doce preferido, o qual você degusta sabendo de seus efeitos mas não se importa pelo fato de lhe oferecer prazer.
Quero que me ame quando lhe convir, que seja espontâneo, voluntário... Quero que sejas livre, que voe quando necessário e que volte quando vontade sentir.

Desprogramarei-me

Só por hoje decidi entregar-me ao vento
Farei da brisa que roça meu rosto afago para deliciar-me 
E ao som do silêncio que me sonda
A música de meus passos se tornará sinfonia
Qualquer ruído será trilha sonora em seu momento oportuno.

Só por hoje decidi não tomar decisões
Decidi não fazer uso de cautela

Hoje
tudo que me for proposto será aceito sem reservas

Só por hoje
viverei a mercê do involuntário

Desprogramarei-me
Entregarei a vida vinte e quatro horas 
E a Deus exclamarei: “Seja feita tua vontade!”

Reclusão almática

Preso à solidão
à falta de amigos
à minha própria prisão.
Edifício de muralhas
meu forte impenetrável 
carcereiro-prisioneiro.
Carcereiro corrupto
prisioneiro conformado
alma alienada.
Carcereiro vencedor
prisioneiro merecedor
interno de boa conduta:
conflito interior.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Me espere

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011 0
Amadureci
Percebi
Entendi
Cri
Que nessa estrada
Os caminhos
São tortuosos
Os destinos
Volumosos
E meu futuro
Incerto
Certo que
No fim haverá você
Seja lá quem for
Esperando por meus
Lentos passos
Pra me afagar
Nos seus braços
Estampar o sorriso
Em meus lábios
Me fazendo
Ainda mais feliz.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Os sonhos de epitáfio do ano que se aproxima

domingo, 18 de dezembro de 2011 0
               Tendo consciência da efemeridade da vida e da nossa inércia rotineira, fazemos dos sonhos algo a se colocar na lápide. Enfeitamos o epitáfio na tentativa de esconder a vida vazia e sem realizações. Afirma-se em tom de lamentação que o tempo vivido foi insuficiente, que caso houvesse uma nova oportunidade seria diferente.
               Um novo ano se aproxima e os planos para este busca subterfúgio na esperança vaga de um ano que ainda há de chegar. Mais do que uma vida da qual possamos nos orgulhar, ansiamos por um epitáfio que toque as sepulturas ao redor. E assim vamos tratando nossos sonhos como bonsais: não fazemos nada para que eles possam se tornar o que deveriam ser, vivemos ao contrário do que a vida prega, insistimos em nadar contra a maré. O fato é que parece soar mais bonito chamar de sonho oque deveria crescer e ser apelidado carinhosamente de realização.
               O ano vai chegando ao fim de forma involuntária. Antes de qualquer coisa lembramos de tudo que deixamos a desejar. Risos e conquistas ficam pra depois, lamentar-se da nossa incapacidade é mais poético. Dessa forma nosso saldo vai entrando no vermelho. Nossa conta conosco em saldo negativo expressada pela carência de algo que seja maior que nossas próprias misérias.
               Comecemos esse ano sem dívidas, sem saldo negativo, sem deixar pro epitáfio o que tem de estar registrado na história. Feliz ano novo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um olhar de amor.

segunda-feira, 25 de julho de 2011 0
Na presença de Jesus sacramentado todos desaparecem. O Cordeiro vivo e imolado aparece em sua majestade diante nossos olhos, os joelhos se dobram e não há palavras que descrevam tamanho amor que exala do teu corpo. Os olhares se fitam e, como num balé de amor, se cruzam na mesma direção.

O Deus que julgamos tão distante nos olha e nos ama. Tamanho amor se traduz-se em curas, libertações e lágrimas que são o grito de nossas almas dizendo de forma emocionada "que bom que o Senhor chegou". O vazio se encontra com a matéria, o Espírito nos enche e o lixo plantado pelo mundo vira passado. As feridas se cicatrizam e o amor... ah, o amor! este exala de nossas entranhas.

Templos vivos, limpos e renovados. Largos sorrisos e a plena certeza do amor do Deus da vida.
 
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